Entre contas bancárias e propriedades, Marco Paulo deixou uma fortuna avaliada em milhões de euros e tudo foi dividido entre o afilhado, Marquinho, e o compadre António Coelho. Ou seja, de fora ficaram os dois irmãos, Alfredo e Ernesto.
Contudo e ao contrário do que se poderia fazer crer, o testamento não foi alterado e já estava escrito há quase 15 anos. Sabe-se assim, pela TV Guia, que o mesmo terá sido escrito e lido em voz alta na sala de Marco Paulo na Quinta da Serra, em Rio de Mouro, a 29 de novembro de 2009.
“Se porém deixar herdeiros legitimários…”
“Se falecer com herdeiros legitimários (mulher e filhos), institui herdeiros da sua quota disponível, em partes iguais, António de Jesus Machado Coelho, divorciado, natural do Carvalhal, Barcelos (…) e o filho deste, solteiro, maior, e com ele residente de Marco António Violante Coelho”, pode ler-se no documento.
E ainda deixou expresso: “se porém deixar herdeiros legitimários, institui seus universais herdeiros, em partes iguais, aquelas mesmas duas pessoas”, tendo acrescentado: “Se qualquer dos instituídos herdeiros não lhe sobreviver, a sua parte acrescerá à do outro”.
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“Fica expressamente esclarecido…”
A verdade é que desde 2009 que o artista já tinha bem ciente que não iria querer deixar nada aos irmãos (Ernesto, Alfredo e Maria de Fátima, que morreu em 2015). Pelo contrário, o artista, que morreu aos 79 anos, deixou bem expresso que queria deixar tudo ao afilhado e ao compadre. “Que fica expressamente esclarecido que as disposições abrangem todos os seus bens, qualquer que seja a sua natureza e portanto também quaisquer direitos, nomeadamente de autor e conexos (relativamente às músicas que interpretou ao longo dos 58 anos de carreira)”.
O testamento voltou a ser mexido no passado dia 29 de outubro – cinco dias depois da morte do artista -, pela notária Cláudia Vieira da Silva.