As reações à morte do Papa Francisco multiplicam-se. Mesmo não sendo uma pessoa próxima e da sua família, pode acabar por ser normal sentir alguma tristeza. Por vezes, existe mesmo a necessidade de fazer um luto nestes casos. Pode acontecer quando morre alguém que costuma ver uma vida na televisão, que acompanhou ao longo da infância, alguém que admira ou uma celebridade.

"Estas mortes também parecem tão pessoais porque ressoam em nós a um nível psicológico mais profundo. Podemos lamentar a perda de celebridades porque o nosso sonho era imitar a sua trajetória profissional ou porque a morte de uma celebridade também pode nos fazer lembrar da nossa mortalidade", começa por dizer David Kaplan, da American Counseling Association, ao agregador de blogues HuffPost.

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Neste caso, podem existir mesmo situações em que precisa de fazer um luto. "Temos a tendência de partilhar o luto e dizer que devemos vivenciar o luto de uma determinada maneira. Mas cada pessoa tem uma maneira muito individual de agir."

Já numa entrevista ao Lifestyle ao Minuto, em 2023, a psicóloga Teresa Feijão abordou esta questão. "As figuras públicas são elementos em que algumas pessoas se espelham e encontram referências e admiração. E para quem os acompanha com frequência, o seu falecimento passa a ser sinónimo de perda profunda."

"Tendemos a formar vínculos com essas personalidades que admiramos e a criar memórias positivas associadas", continuou. Referiu ainda que “a morte de uma personalidade pública que admiramos pode representar uma perda daquele momento particular do nosso passado representado por uma memória especial, associada a algum ou vários momentos da nossa vida”.

Ao 'website' Self, Arianna Galligher, da STAR Trauma Recovery Center, nos Estados Unidos, deu ainda um conselho de como lidar nesta fase. "Se sentir-se assim após a perda de alguém que não conhece, mas de quem se sente próximo, seja honesto consigo mesmo. Aproveite a oportunidade para refletir e perceber as emoções que podem surgir."

"Com o tempo, a maioria das pessoas encontra maneiras de dar sentido à perda, reconhece e valoriza memórias positivas e reconhece o valor de uma vida bem vivida."