"Todo o puzzle começa a encaixar-se, o que nos leva a estabelecer a ligação entre conspiração, tráfico de droga, corrupção, (...) em que estão envolvidos setores que exercem funções governamentais no Estado de Zulia [oeste], e demos talvez o golpe mais duro que tenha sido dado nos últimos tempos a grupos de traficantes de droga", disse Cabello, no sábado, durante uma conferência de imprensa.

Segundo Cabello, foram detidos os autarcas Nervins de Jesús Sarcos Urdaneta (do município de Colón), Rafael Arturo Ramírez Colina (Maracaibo), Fernando Loaiza (Catatumbo) e Danilo Esteban Áñez Polanco (Jesús Enrique Lossada), todos ligados à oposição.

Foram ainda detidos dois presidentes de câmaras municipais que contavam com o apoio do Governo venezuelano: Jorge Luis Nava Paz (Miranda) e Alberto de Jesús Sobalvarro Durán (Almirante Padilla).

"Encontrámos nas investigações uma ligação direta entre o tráfico de droga, a conspiração e isso tem a ver com a degradação da política. Não há razão para um político acabar ligado a grupos de tráfico de droga, nem a grupos de corrupção e muito menos para que se unam para sair da revolução bolivariana e acabar com a Constituição da Venezuela", disse Cabello.

O ministro disse ainda existirem alegados vínculos entre os detidos e um conhecido empresário produtor de camarões, que teria financiado campanhas eleitorais na Venezuela.

"Temos de ser mais severos na revisão das candidaturas, muito mais severos agora que as eleições se aproximam, mas estritamente severos", disse.

O ministro acusou a opositora Maria Corina Machado de ter recebido financiamento de grupos de tráfico de droga da Colômbia e explicou que, além dos seis autarcas, há um outro grupo de pessoas detidas, que inclui juízes e procuradores.

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