O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, celebrou esta segunda-feira o pedido do procurador especial Jack Smith para encerrar o caso em que o magnata era acusado de subversão eleitoral, destacando que o processo era um "sequestro político".

"Foi um sequestro político e o facto de algo assim ter acontecido foi um ponto baixo na história do nosso país. No entanto, persisti e, contra todas as probabilidades, GANHEI", declarou o republicano, numa mensagem na sua rede social, a Truth Social.

O procurador pediu esta segunda-feira o arquivamento tanto do caso do assalto ao Capitólio, que estava a cargo do tribunal federal do Distrito de Columbia, como do caso dos documentos confidenciais, num tribunal federal da Florida.

Em notas separadas, Smith sublinhou que Trump ganhou as eleições de 5 de novembro e que a Constituição impede o Departamento de Justiça de avançar com acusações criminais contra um presidente em exercício.

O republicano tinha referido durante a campanha que no seu primeiro dia como presidente demitiria Smith e determinaria aos procuradores que encerrassem os processos contra ele que afirma terem sido motivados por perseguição política.

Trump, que já foi presidente entre 2017 e 2021, era acusado no Distrito de Columbia pelas tentativas de reverter os resultados das eleições que perdeu em 2020 para o democrata Joe Biden e por alegadamente ter instigado o assalto ao Capitólio, ocorrido em 6 de janeiro de 2021.

Nesse dia, uma multidão de apoiantes do republicano invadiu o edifício do Congresso para tentar, sem sucesso, impedir a ratificação da vitória eleitoral de Biden.

Na Florida, Trump era acusado de retirar centenas de documentos confidenciais do seu primeiro mandato sem permissão e de os reter ilegalmente na sua mansão em Mar-a-Lago.

A acusação enfrentou muitas dificuldades no avanço de ambos os casos desde que o Supremo Tribunal, com uma maioria conservadora, decidiu em julho que os antigos presidentes do país gozavam de uma ampla imunidade de acusação.

A decisão de Smith de 'atirar a toalha ao chão' representa uma nova vitória judicial para Trump, que acumulou até quatro acusações por crimes.

Em maio passado, fez história ao tornar-se o primeiro ex-presidente condenado por um crime, depois de ter sido considerado culpado num julgamento no estado de Nova Iorque por falsificar registos comerciais para comprar o silêncio da atriz pornográfica Stormy Daniels, na campanha eleitoral dos EUA em 2016.

O juiz Juan Merchan adiou na sexta-feira a sentença do julgamento criminal, que estava marcada para 26 de novembro, mas não deu indicações sobre uma possível nova data.


Com LUSA