As detenções ocorreram depois de a Rising Tide ter indicado que tinha conseguido bloquear hoje o porto, localizado a 170 quilómetros a norte de Sydney, com um grupo de caiaques e canoas, obrigando um navio carregado com carvão a dar meia-volta.
"Conseguimos! Cerca de 100 pessoas comuns conseguiram bloquear as exportações de carvão do maior porto de carvão do mundo", observou a Rising Tide na rede social X.
"Apesar das tentativas de cancelar o protesto, demonstrámos que o poder do povo pode confrontar a indústria do carvão", acrescentou o grupo, no terceiro dia do protesto.
A Rising Tide referiu mais tarde que foram feitas mais de 140 detenções e que 40 ativistas foram acusados de acordo com as leis do estado de Nova Gales do Sul, onde o porto está localizado.
Em comunicado, a Polícia Federal da Austrália disse que deteve 138 ativistas por desobedecerem às ordens para desobstruir a entrada do porto e deixar de obstruir o tráfego de navios.
"Recorda-se à comunidade que, ao abrigo da legislação de Nova Gales do Sul, a passagem segura dos navios é protegida. As atividades ilegais podem resultar em multas ou penas de prisão", disse a polícia.
A Rising Tide exige que o Governo australiano imponha um imposto de 78% sobre os lucros da exportação de combustíveis fósseis, para financiar a transição climática das comunidades afetadas, disse na sexta-feira à agência de notícias EFE o porta-voz da organização.
Zack Schofield acrescentou que os ativistas querem que a Austrália "cancele todos os novos projetos de desenvolvimento de combustíveis fósseis e acabe com todas as exportações de carvão de Newcastle, o maior porto de carvão do mundo, até 2030".
As autoridades de Nova Gales do Sul tentaram impedir o protesto criando uma zona de exclusão temporária em torno do porto, mas o Supremo Tribunal estadual anulou a medida na quinta-feira.
A Austrália, um dos maiores produtores de carvão e emissores de gases de carbono do mundo, tendo em conta as suas exportações de combustíveis fósseis, comprometeu-se a reduzir as suas emissões poluentes em 43% até 2030 e a alcançar emissões neutras até 2050, embora continue a aprovar novos projetos de carvão e gás.
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