Soldados israelitas hastearam na terça-feira a bandeira de Israel numa colina no Líbano, a sul da cidade de Maroun al-Ras, a um quilómetro da fronteira - uma ação divulgada nas redes sociais que desencadeou uma onda de reações.

As tropas israelitas ergueram a bandeira no "Jardim do Irão", um parque situado no sul da cidade, que contava com muitas imagens do ayatollah Khomeini e do líder supremo da República Islâmica, Ali Khamenei.

O local tem um modelo da Cúpula da Rocha, que faz parte da Esplanada das Mesquitas de Jerusalém, o terceiro lugar mais sagrado do Islão e um símbolo comum entre milícias palestinianas, mas também entre os combatentes do grupo xiita Hezbollah.

Um vídeo mostra um grupo de soldados a colocar uma bandeira israelita no meio das instalações destruídas do parque, no cimo de uma colina. Segundo o diário israelita Walla, o parque era um local que os "altos responsáveis iranianos costumavam visitar".

A ofensiva de Israel no Líbano

O Exército israelita iniciou as suas operações terrestres "limitadas" no sul do Líbano na madrugada de 1 de outubro, com o objetivo de empurrar os combatentes do Hezbollah para norte do rio Litani, acima da zona desmilitarizada definida pela ONU após a guerra de 2006.

Israel tem estado envolvido num constante fogo cruzado com o Hezbollah desde há um ano, embora nas últimas duas semanas tenha intensificado os seus ataques, concentrados principalmente no sul e no leste do Líbano, mas também visando a capital, Beirute.

Na quarta-feira, o Exército confirmou ter atacado fábricas de armamento e um quartel-general dos serviços secretos do grupo xiita nos subúrbios sul de Beirute, um bastião do Hezbollah conhecido como Dahieh.

Mais de 2 mil mortos e 1 milhão de deslocados

As forças israelitas ordenaram também a evacuação forçada de mais de uma centena de comunidades libanesas a sul do rio Awali, situado a mais de 50 quilómetros da fronteira e bastante a norte do rio Litani, depois de terem na semana passada enviado tropas para o sul do Líbano.

Nos ataques israelitas, mais de 2.000 pessoas foram mortas e um milhão viu-se obrigado a deslocar-se, segundo as autoridades libanesas.Tambémmorreram pelo menos 11 soldados israelitas em combates com o Hezbollah, segundo o Exército de Israel.

O chefe do Estado-Maior do Exército israelita prometeu que Israel irá continuar a atacar "sem descanso" o Hezbollah no Líbano.

"Vamos continuar a atacar o Hezbollah intensamente, sem lhe dar a mínima trégua ou oportunidade de recuperação [após os] graves danos que lhe infligimos", declarou o general HerziHalevi, citado num comunicado do Exército israelita.