A reunião que foi convocada esta quinta-feira de urgência teve resultados. Rui Lázaro, presidente do Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré Hospitalar (STEPH) saiu do encontro com Ana Paula Martins satisfeito com a assinatura de um protocolo negocial que, afirmou, criou "as condições necessárias para suspender, de imediato, a greve às horas extra, em vigor desde o dia 30".
"Acabámos por assinar um protocolo negocial que iniciará ainda este mês a primeira reunião para que possamos pôr em prática as medidas em que convergimos e, sendo assim, estão reunidas as condições para que nós, de imediato, possamos levantar a greve às horas extras que está em vigor desde o dia 30", disse aos jornalistas o presidente do STEPH, Rui Lázaro.
O dirigente sindical falava esta tarde aos jornalistas depois de se ter reunido com a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, em Lisboa. Rui Lázaro explicou que vai iniciar-se um processo negocial, e, portanto, ainda não há medidas concretas, reconhecendo ter ficado satisfeito com a postura da tutela.
"Chegamos a este ponto. Temos a próxima reunião agendada para o dia 21 deste mês, onde começaremos a discutir em que pontos podemos convergir para, de facto, aplicarmos as soluções que são necessárias para os TEPH", afirmou.
Após ter-se reunido com Ana Paula Martins cerca de uma hora e meia no Ministério da Saúde, o responsável referiu que o sindicato e a ministra coincidiram "quanto às soluções que são necessárias implementar", nomeadamente na valorização da carreira dos técnicos e na valorização do seu salário. "Preciso lembrar que os constrangimentos não são de agora, que vêm já de alguns meses, alguns anos a esta parte", acrescentou.
Os TEPH estavam em greve às horas extraordinárias para pedir a revisão da carreira e melhores condições salariais, desde 30 de outubro. A situação tem estado a criar vários problemas no sistema pré-hospitalar e na linha 112.
Na segunda-feira, a greve dos técnicos de emergência pré-hospitalar obrigou à paragem de 44 meios de socorro no país durante o turno da tarde, agravando-se os atrasos no atendimento da linha 112. Pelo menos seis pessoas terão morrido na última semana em consequência dos atrasos no atendimento na linha 112 no atendimento na linha 112.
O INEM já confirmou o impacto da greve, recomendou às pessoas que não desliguem as suas chamadas até serem atendidas e anunciou um reforço do Sistema Integrado de Emergência Médica com 10 ambulâncias de socorro, distribuídas por Postos de Emergência Médica em corpos de bombeiros e delegações da Cruz Vermelha Portuguesa.
A Liga dos Bombeiros Portugueses avisou na terça-feira que "o colapso" do sistema de triagem de doentes gerido pelo Instituto Nacional de Emergência Médica está a criar uma "pressão extraordinária" nas corporações de bombeiros.