A Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses - Intersindical Nacional (CGTP-IN) já tinha vincado que, no quadro das negociações para o Orçamento do Estado para 2025, o seu patamar mínimo de negociações com o Governo seria a fixação do salário mínimo nos 1000 euros em 2025 e um aumento nunca inferior a 150 euros para todos os trabalhadores. Voltou a reforçá-lo esta quinta-feira à tarde, na apresentação da Política Reivindicativa para 2025, aprovada pelo Conselho Nacional da CGTP.

A central sindical reivindica "um aumento dos salários para todos os trabalhadores em pelo menos 15%, não inferior a 150 euros", com o intuito de "repor o poder de compra, permitir fixar no país aqueles que aqui querem viver e trabalhar e melhorar as condições de vida", segundo a proposta.

Para a intersindical, "o aumento geral e significativo dos salários é essencial para a dinamização da economia" e tem também "um impacto positivo na melhoria das contas da Segurança Social e acomodaria o aumento extraordinário de pensões", além de referir que é "necessário" para fazer face ao "brutal aumento do custo de vida" que se tem verificado nos "últimos dois anos".

Aumento de 40 euros é insuficiente

Já no que toca à atualização do valor do salário mínimo nacional para o próximo ano, a CGTP defende a sua fixação nos mil euros a partir de janeiro de 2025, de modo a garantir "uma vida digna". Contudo, a meta do Governo é alcançar esse valor apenas em 2028.

Recorde-se que Governo, patrões e sindicatos estiveram reunidos esta quarta-feira na Comissão Permanente de Concertação Social (CPCS), onde chegou a ser dado como expectável que o Governo anunciasse aos parceiros sociais a sua proposta para atualização do valor do salário mínimo nacional no próximo ano.

Na terça-feira, o jornal digital ECO, citava fontes diretamente ligadas ao processo para referir que o Executivo colocaria em cima da mesa o valor de 860 euros, mais cinco euros do que o previsto no acordo de rendimentos, e mais 40 euros do que os 820 euros atuais.

O tema do salário mínimo acabou por não ser sequer discutido e a ministra remeteu o tema para as reuniões bilaterais com os parceiros sociais que se iniciam já na próxima semana. À saída do encontro, Tiago Oliveira, secretário-geral da CGTP, voltou a vincar a posição da intersindical e a defender os mil euros como o patamar de atualização da remuneração mínima mensal garantida no país, já em janeiro.

O secretário-geral da CGTP contestou também a hipótese de um aumento de 40 euros no salário mínimo, considerando que "aquilo que está aí a ser veiculado é uma proposta de perpetuação de baixos salários”.