A Ucrânia poderá enfrentar o inverno mais rigoroso desde o início da invasão russa, em fevereiro de 2022, enquanto Moscovo continua a atacar as infraestruturas energéticas críticas do país, afirmou o novo secretário-geral da NATO, Mark Rutte.

“A NATO deve e vai fazer mais para ajudar a Ucrânia. Quanto mais apoio militar dermos, mais rapidamente esta guerra terminará”, disse Rutte numa conferência de imprensa conjunta com o Presidente da Finlândia, Alexander Stubb.

O primeiro-ministro húngaro defendeu que a Ucrânia não pode vencer a guerra com a Rússia no campo de batalha e que o diálogo e o cessar-fogo são necessários para salvar vidas. A Hungria anunciou que vai adiar o acordo final sobre um empréstimo de 50 mil milhões de dólares do G7 à Ucrânia até depois das eleições presidenciais nos Estados Unidos. “Não queremos bloquear nada, apenas queremos convencer os líderes europeus a mudar a sua estratégia [em relação à Ucrânia] porque a estratégia atual não funciona”, declarou Viktor Orbán.

Outras notícias do dia:

⇒ As autoridades russas ordenaram a retirada de mais de mil civis, no segundo dia do incêndio provocado por um ataque da Ucrânia num importante terminal petrolífero na Crimeia, região ucraniana anexada por Moscovo. “Para garantir a segurança das pessoas que vivem nas proximidades do local (…) foi realizada a retirada temporária de 1047 pessoas, que foram enviadas para centros de alojamento”, declarou Igor Tkatchenko, presidente da Câmara de Feodosia, onde se localiza o terminal.

⇒ O Presidente da Ucrânia indicou que as forças do país estão a manter pressão suficiente sobre as tropas russas na região russa de Kursk, onde Kiev lançou uma incursão em agosto. “Os combates estão a decorrer na região de Kursk pelo terceiro mês e estamos a manter a pressão necessária sobre a Rússia neste sector”, afirmou Volodymyr Zelensky após uma reunião com comandantes superiores.

⇒ As autoridades russas anunciaram avanços na ofensiva na região ucraniana de Donetsk, no leste do país, com a captura da cidade de Zorianoe Pérvoe. “Unidades do grupo de forças do sul continuaram a avançar profundamente nas defesas do inimigo e libertaram a cidade de Zorianoe Pérvoe, na República Popular de Donetsk”, informou o Ministério da Defesa russo. Nas últimas semanas, o exército russo tem reclamado avanços e sucesso em várias ações militares, incluindo a captura de Grodovka, na segunda-feira.

⇒ Também no leste da Ucrânia, as forças russas entraram nos arredores da cidade de Toretsk, anunciaram os militares ucranianos, menos de uma semana após a queda do bastião de Vuhledar. O Ministério da Defesa russo não reagiu, mas na segunda-feira indicou que as suas forças infligiram danos em efetivos e equipamento perto de várias povoações na área, incluindo perto de Toretsk.

⇒ Quase todos os prisioneiros de guerra ucranianos e metade dos prisioneiros de guerra russos entrevistados pelo Gabinete dos Direitos Humanos das Nações Unidas relataram ter sido torturados. O alto-comissário Volker Turk disse ao Conselho dos Direitos Humanos que o seu gabinete recolheu testemunhos de 174 prisioneiros de guerra ucranianos desde março de 2023. “Quase todos deram relatos credíveis e detalhados de tortura ou maus-tratos” durante o cativeiro. Dos 203 prisioneiros de guerra russos na Ucrânia entrevistados no mesmo período, cerca de metade relataram tortura e maus-tratos.

⇒ A vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, indicou que não se reuniria com Vladimir Putin para discutir a guerra na Ucrânia sem que Kiev estivesse representada. Se for eleita Presidente, uma reunião com o chefe de Estado russo “não terá lugar bilateralmente, sem a Ucrânia”, explicou numa entrevista ao canal de televisão CBS. Nesta importante questão de política externa, a candidata democrata à Casa Branca procurou diferenciar-se claramente do rival Donald Trump, a um mês das eleições presidenciais.

Pode recordar aqui os principais acontecimentos do dia anterior.